quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

INDUSTRIAL REVOLUÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL, processo de tran­sição de uma sociedade, passando de uma base eco­nômica fundamentalmente agrícola-artesanal para outra predominantemente urbano-industrial, cujo protótipo é o desenvolvimento ocorrido na Grã-Bre­tanha entre aprox. 1750 e 1830. O crescimento econômico verificado naquele país deve-se a uma série de fatores interligados, entre eles a grande acu­mulação de CAPITAL. O surgimento de novas técnicas produtivas e o acesso a grandes reservas de recursos naturais, não só no território britânico como nas co­lônias (ver COLONIALISMO).

O desenvolvimento do CAPITALISMO gerou a criação de FÁBRICAS equipadas com máquinas recém-inventadas e que produziam maior volume de bens industriais a preço mais baixo, suprindo a crescente demanda do mercado nacional e internacional. Essa tecnicidade ocorreu inicial­mente na indústria têxtil. Entre as principais inven­ções desse período contam-se a lançadeira volante de John KAY; a máquina de fiar chamada de jenny, criada por James HARGREAVES; a máquina de fiar mo­vida a água de Richard ARKWRIGHT; o tear mecânico de Edmund CARTWRIGHT.

A produção de novas má­quinas recebeu grande impulso a partir de 1709, quando Abraham Darby, conseguiu fabricar, com co­que, ferro doce de boa qualidade. Outra descoberta fundamental foi a máquina a vapor que produzia mo­vimentos rotativos, patenteada por James WATT em 1781 e que rapidamente passou a ser empregada como fonte de força motriz em inúmeros processos industriais.

A partir de 1830, as ferrovias e navios a vapor permitiram a formação de uma rede de co­municação e transportes mais ampla e eficiente, in­terligando os novos centros industriais, as fontes de matérias-primas e os mercados consumidores.

Em­bora a população rural britânica tenha sofrido drásti­ca diminuição desde a generalização das ENCLOSURES, a ampliação da produtividade agrícola, com a introdução de novas técnicas, permitiu o abasteci­mento dos crescentes contingentes urbanos. Com a regularidade da alimentação e a melhora das condi­ções sanitárias e da assistência médica, a população da Grã-Bretanha passou de 7 para 20 milhões entre 1750 e 1850, ampliando a oferta de força de trabalho e o mercado consumidor.

Apesar disso, os trabalhadores industriais estavam submetidos a duríssimas condições de trabalho; as associações de trabalhadores estavam proibidas por lei e os primeiros sindicatos só surgiram na década de 1830. Apenas em 1847, pressionado pelas lutas operárias, o governo britânico promulgou leis fixando a jornada de trabalho em 10 horas e limitando o emprego de crianças, principalmente nas minas.

Os países europeus passaram por processos semelhantes com considerável atraso: na França, a industrialização iniciou-se durante o Império de NAPOLEÃO l (1804/15); a Alemanha só se industrializou a partir de 1840 e o progresso acelerou-se grandemente depois da unificação do país em 1870. Países menores, como a Bélgica e a Tchecoslováquia (então parte do Império Austro-Húngaro), industrializaram-se com maior rapidez. Nos EUA, a revolução industrial foi ainda mais intensa especialmente depois da Guerra de SECESSÃO (1861/65), que pôs fim ao trabalho escravo, e da conquista do Oeste, pois estes fatores significaram grande aumento do mercado consumidor e do abastecimento de matérias-primas. (Ver também FORMAÇÃO DE CAPITAL; INDÚSTRIA; INDUSTRIALIZAÇÃO.)

INDUSTRIAL WORKERS OF THE WORLD  (Trabalhadores  Industriais do Mundo), organização fundada nos EUA em 1905 por socialistas de tendências revolucionárias. Exerceu grande influência  entre 1912 e 1917, adotando uma política de confrontação, que muitas vezes assumiu caráter violento. Chegou a ter quase 100 000 membros e, ao contrário da AFL (American Federation of Labor), visava à derrubada do sistema capitalista e não apenas à melhoria das condições econômicas dos assalariados. Durante a I Guerra Mundial, as greves que promoveu foram consideradas atos de traição, os líderes da organização foram  presos, sendo o movimento quase totalmente reprimido.

INDUSTRIALIZAÇÃO, processo histórico por meio do qual a INDÚSTRIA fabril se torna o setor pre­dominante na economia de um país (ver FÁBRICA).

A primeira industrialização registrada na história ocorreu na Inglaterra, com a chamada Revolução INDUSTRIAL. No ocidente europeu, nos EUA e no Ja­pão, a industrialização se verificou sob forma capita­lista; assumiu forma socialista na URSS, na China Popular, na Hungria e na Polônia. Em muitos casos, inicia-se com a indústria leve, produtora de bens de consumo (sobretudo alimentos e artigos têxteis), po­rém sua marca definitiva é a formação de um núcleo de indústria pesada, produtora de MATÉRIAS-PRIMAS essenciais e de MÁQUINAS-FERRAMENTAS. A principal conseqüência social da industrialização é o cresci­mento da moderna classe operária (ver CLASSES SO­CIAIS).

Do ponto de vista demográfico, sua principal conseqüência é a formação de grandes concentra­ções urbanas, com a redução da população rural; a princípio uma redução relativa, seguindo-se uma re­dução absoluta. (Ver também INDÚSTRIA DE BASE; IN­FRA-ESTRUTURA.)